A criação de abelhas em Santa Catarina tem uma história marcada pela resiliência e pelo associativismo. Na década de 1960, com a chegada das abelhas africanizadas ao Brasil, os apicultores enfrentaram novos desafios, pois essas abelhas apresentavam um comportamento mais defensivo em comparação às espécies europeias até então predominantes. Diante dessa mudança, surgiu a necessidade de organização do setor para discutir estratégias de manejo e garantir o desenvolvimento sustentável da atividade.
Em 1966, foi criada a Associação Catarinense de Apicultores (ACA), a primeira entidade estadual voltada ao setor. Contudo, à medida que a apicultura crescia e se diversificava, percebeu-se a importância da regionalização das associações, tornando a comunicação e a estratégia de produção mais eficiente e ampliando a representatividade dos produtores. Assim, em 1979, fundou-se a FAASC – Federação das Associações de Apicultores de Santa Catarina, com o propósito de congregar e fortalecer as associações de apicultores do estado, proporcionando suporte organizacional e comercial para os produtores de produtos das abelhas.
Ao longo dos anos, a FAASC ampliou sua atuação e, em 2009, reformulou seu estatuto para incluir os meliponicultores, criadores de abelhas sem ferrão. Dessa forma, passou a se chamar Federação das Associações de Apicultores e Meliponicultores de Santa Catarina. Hoje, a entidade reúne 50 associações filiadas e representa cerca de 1.500 criadores de abelhas, promovendo o desenvolvimento do setor e incentivando boas práticas sustentáveis de manejo.
Com sede própria em Florianópolis/SC, a FAASC é reconhecida como entidade de utilidade pública estadual e atua ativamente no fortalecimento do associativismo e valorização da atividade. Tem como missão incentivar a qualificação dos produtores e promover a valorização dos produtos das abelhas de Santa Catarina nos mercados nacional e internacional.
Entre suas principais iniciativas, destacam-se eventos de grande relevância, como a tradicional Feira do Mel de Santa Catarina, que possibilita a participação de cerca de 30 comerciantes catarinenses e atrai mais de 50 mil visitantes, o Encontro Catarinense de Apicultores e Meliponicultores, além do Congresso Sul-Brasileiro de Apicultura e Meliponicultura. Em 2026, Santa Catarina reafirma sua importância no cenário nacional ao ser escolhida pela quinta vez, a sediar o Congresso Brasileiro de Apicultura e Meliponicultura (CONBRAPI). Reconhecido como o principal ponto de encontro do setor, estes eventos reúnem especialistas, pesquisadores, estudantes, apicultores, meliponicultores e empresas do segmento, promovendo o intercâmbio de conhecimento, tecnologia e impulsionando o desenvolvimento da cadeia produtiva.
A FAASC também desempenha um papel fundamental na diferenciação de produtos catarinenses. É detentora da Indicação Geográfica do Mel de Melato da Bracatinga do Planalto Sul Brasileiro, realizando a gestão e operacionalização garantindo seu reconhecimento e divulgação do produto, bem como a valorização do produtor e da produção local. Também está à frente da criação da marca coletiva Mel de Santa Catarina, incentivando a união dos produtores e rastreamento dos produtos das abelhas.
A fim de manter os criadores de abelhas sempre atualizados, a FAASC publica trimestralmente o informativo Zum Zum, o mais antigo do Brasil dedicado à apicultura e à meliponicultura. Desde sua primeira edição, em 1965, o informativo tem alcançado um amplo público, distribuindo milhares de exemplares e consolidando-se como uma referência em boas práticas e tendências do setor.
Neste ano, a FAASC celebra 46 anos de história, consolidando-se como um pilar fundamental para a apicultura e a meliponicultura catarinense. A FAASC é uma referência nacional em sustentabilidade, inovação e associativismo, promovendo o crescimento do setor e destacando a importância econômica, social e ambiental da apicultura e meliponicultura. Com um legado de valorização dos produtores e fortalecimento do associativismo, a FAASC segue em sua missão de incentivar a união entre os produtores e garantir a organização do criador de abelhas, sempre com respeito à natureza.